SBH lança nova cartilha da campanha Todos contra a Hanseníase

Material traz um questionário de 14 perguntas que auxilia no rastreamento da doença

Acaba de ser lançada a edição 2022 da cartilha Todos contra a Hanseníase, da SBH-Sociedade Brasileira de Hansenologia. O material, que integra a campanha de mesmo nome da sociedade médica, também está disponível para download junto com vídeo institucional e spot. A cartilha explica o que é a hanseníase, sinais e sintomas, como é transmitida, como é o diagnóstico e como são feitos os exames.

A campanha Todos contra a Hanseníase foi lançada em 2015 e acontece durante todo o ano, mas tem ênfase no mês Janeiro Roxo, dedicado à conscientização sobre a doença. O movimento é um exemplo de cidadania porque é realizado com ampla parceria com a sociedade civil em todo o país. Hospitais, empresas, escolas, instituições públicas e privadas de vários segmentos promovem ações especialmente no mês de janeiro.

“É urgente que a sociedade volte a falar sobre a hanseníase, que as escolas de formação de base e as universidades voltem a ensinar sobre essa doença responsável por uma endemia oculta no Brasil e em muitos países. A hanseníase foi esquecida e disso decorrem muitos problemas, dentre eles, a queda de diagnósticos, deixando milhares de doentes invisíveis”, diz o dermatologista e hansenólogo Claudio Salgado, presidente da SBH e professor titular da Universidade Federal do Pará.

“Temos de desmistificar muitas informações preconceituosas que ainda são correntes na sociedade e criam um estigma sobre a doença e as pessoas acometidas pela hanseníase – esse preconceito dificulta o combate e o controle da doença. Ainda temos autoridades proferindo discurso preconceituoso, crianças afastadas da escola, pessoas retiradas do convívio familiar e profissionais que perdem o trabalho quando diagnosticados”, comenta Marco Andrey Cipriani Frade, vice-presidente da SBH.

Além da cartilha, o vídeo institucional e o spot da campanha também estão disponíveis para download.

Hanseníase

É uma doença infecciosa e contagiosa, transmitida por um bacilo, curável e o  tratamento é gratuito. O diagnóstico precoce pode evitar sequelas. O Bacilo de Hansen, como é conhecido, afeta os nervos e o doente pode apresentar manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele, em algumas partes do corpo pode sentir dormência, fisgadas ou formigamentos, pode perder ou ter diminuição de sensibilidade ao toque, ao frio ou calor e à dor. Em tratamento regular, o paciente não transmite a doença e pode conviver normalmente com colegas de trabalho, escola, amigos ou familiares.

Questionário de Suspeição de Hanseníase

A cartilha traz o QSH-Questionário de suspeição de Hanseníase. O roteiro de 14 perguntas, além de ter importante papel na educação em saúde, auxilia no rastreamento da hanseníase que, muitas vezes, é confundida com outras como fibromialgia, trombose, artrite, artrose, diabetes, infarto etc.

O diagnóstico da hanseníase é clínico. O médico avalia sensibilidade da pele, analisa manchas, faz palpação de nervos – o doente de hanseníase pode ter nervos espessados – e outros sinais que a doença pode apresentar e pode solicitar exames complementares. O tratamento pode durar 6 meses ou 1 ano.

O QSH integra a tese de doutorado do dermatologista e hansenólogo Fred Bernardes Filho, orientado pelo professor Marco Andrey, pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP:

Sente dormências nas mãos e/ou pés?

Formigamentos?

Áreas adormecidas na pele?

Câimbras?

Sensação de picadas, agulhadas?

Manchas na pele?

Dor nos nervos?

Caroços no corpo?

Inchaços nas mãos e nos pés?

Inchaços no rosto?

Fraqueza nas mãos? (Dificuldade de abotoar camisa? Por óculos? De escrever? Segurar panelas?)

Fraqueza nos pés? (Dificuldade de calçar sandálias, chinelos?)

Perda dos cílios e/ou das sobrancelhas?

Há história de hanseníase na família?

Download da cartilha e outras peças da campanha: http://www.sbhansenologia.org.br/campanha/campanha-todoscontraahanseniase