Podcast mostra impacto dos antimicrobianos na aquicultura brasileira

Em 2021, o Brasil produziu 850 mil toneladas de peixes, segundo a Associação Brasileira de Psicultura, e projeta um crescimento médio de 5% ao ano. “Apesar disso, existem apenas dois antimicrobianos regulamentados no país para o tratamento dos peixes”, fala Flávio Emery, host do QSPodcast, o canal de divulgação científica do Departamento de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da USP de Ribeirão Preto.

O tema do episódio 4, que vai ao ar nesta quinta-feira, é o uso de antimicrobianos na aquicultura, baseado no trabalho de doutorado de Sarah Campanharo.

Ela explica as dificuldades no manejo dos peixes. “Por eles ficarem em um grande número de animais em um local pequeno, confinados, acabam se debatendo e ficam doentes por motivos diversos, passando as doenças de um para o outro. Podem ser doenças infecciosas, como virais, bacterianas ou parasitárias”. O tratamento é feito com ração medicamentosa, oferecida a todos os peixes do mesmo recinto.

Entretanto, pelo fato de existirem apenas dois medicamentos registrados, produtores eventualmente utilizam outros que não são aprovados e podem causar danos aos consumidores.

“Além disso, podem perder toda a produção”, assinala Flávio que propõe no episódio uma reflexão sobre segurança alimentar. “É sobre ter alimento e também sobre a qualidade desse alimento. Abordamos o conceito de saúde única: tudo o que a gente faz no planeta volta para nós mesmos, até o antibiótico usado de forma indiscriminada tem impacto na psicultura”, completa.

Além de Sarah, também são entrevistados José Giacomo Bacarin, professor da Unesp de Jaboticabal, Leonardo Andrade, da USP de Ribeirão Preto, e Marcelo Brandão, da Fiocruz. O trabalho de Sarah é orientado pelo professor Jonas Paschoal.

Os episódios do QSPodcast estão disponíveis no Spotify, Deezer, Google Podcasts e Amazon Music e podem ser ouvidos gratuitamente.