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Os novos talentos do mercado e a rotina autodesenvolvedora

Os novos talentos do mercado e a rotina autodesenvolvedora

Algumas carreiras oferecem mais vagas do que o número de profissionais aptos no mercado

Conforme as previsões, o Brasil segue não apenas criando vagas, como abrindo novos negócios. E ainda há setores em que o número de vagas é maior do que a oferta de profissionais no mercado – é o caso da área de TI. Porém, a velha máxima de que as demissões ocorrem muito mais por comportamento do que por questões técnicas segue indiscutível. Neste cenário, os talentos também seguem valiosos para as empresas. O desafio é, então, como se tornar um talento.

O mercado mostra otimismo. O primeiro semestre do ano registra recorde de abertura de empresas – Serasa Experian contabiliza 2.070.817 novos negócios no total, um recorde para o período desde o início da série, em 2010. Os números mostram que 80% são MEIs e que surge uma MEI no país a cada dois segundos. Soma-se a isso os 372 mil empregos com carteira assinada criados em agosto, segundo levantamento do Caged-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que acaba de ser divulgado. Foram 1.810.434 contratados, considerado o melhor resultado desde fevereiro deste ano.

Autodesenvolvimento
O consultor de RH, Dimas Facioli, alerta para a importância do autodesenvolvimento neste cenário. “Não adianta a economia reagir se o profissional empreendedor ou empregado não se preparar para o que o mercado pede”, diz. Segundo ele, a construção de uma carreira passa pelo autodesenvolvimento para que o profissional se torne um talento disputado no mercado e imprescindível para a empresa.

O estudo International Business Report, da Grant Thornton, consultoria presente em mais de 130 países, mostrou que 74% dos brasileiros ouvidos consideram investir mais nas habilidades de suas equipes. Este índice é maior do que o registrado em 2020 (que foi de 51%), e também é maior do que o percentual médio global atual (que chega a 56%). A pesquisa trabalhou com cerca de 5 mil lideranças – 253 delas no Brasil – em 29 países.

Já um estudo da Amcham, divulgado no início deste ano, ressalta que inovação, agilidade e desenvolvimento de pessoas seriam as estratégias das empresas para o ano. “As pessoas pensam que inovar é descobrir o impensável”, comenta Facioli. O neuroeconomista, autor de livros na área de inovação, José Chavaglia Neto, diz que “uma inovação quando ocorre, transforma radicalmente a vida de uma empresa. Trata-se de um fenômeno, absolutamente, destrutivo para o status quo”.

Para o consultor Dimas Facioli, inovar é promover uma mudança importante e de valor para o outro e não obrigatoriamente exige recursos materiais e pessoais inacessíveis. “Mas é importante que empresas saibam reconhecer os talentos inovadores e que os próprios profissionais saibam enxergar o que em suas ideias, estratégias e criatividade está inovando o ambiente de trabalho ou a vida em sociedade”, alerta.

Para isso, explica o diretor da Facioli Consultoria, a agilidade é outra competência importante considerando que o mercado seguirá cada vez mais competitivo. “Agilidade implica também em estratégia porque não significa pressa, mas sim habilidades de desenhar caminhos para superação de obstáculos a fim de atingir um objetivo”, explica.

E dentro das estratégias das empresas está o desenvolvimento de pessoas. “As empresas estão abertas e disponíveis a investir em capacitação e desenvolvimento de equipes e há no mercado profissionais que se desenvolvem permanentemente”, comenta o consultor de RH. “Mas o que as pessoas nem sempre sabem é que o autodesenvolvimento é permanente e acessível”. Facioli comenta que os profissionais muitas vezes entendem que isso passa por cumprimento de cargas horárias em cursos, palestras, debates e demais eventos técnicos com investimentos financeiros em matrículas e materiais, mas que o autodesenvolvimento não se resume a isso. “Há pessoas que têm uma rotina de vida criativa e autodesenvolvedora”, ressalta.

Rotina autodesenvolvedora

Esse modelo de vida é o que faz não apenas um profissional com chances de sucesso na carreira, como um ser humano mais feliz na visão do consultor de RH.

O consultor enumera atividades cotidianas que caracterizam um profissional autodesenvolvedor:

-Leitura de livros não exatamente da área de formação ou atuação do profissional, inclusive de temática ou áreas bastante diversas provocam novos insights e conexões cerebrais que abrem caminho para a criatividade.

-Atividades físicas que provocam a autossuperação, não necessariamente a quebra de recordes em competições ou entre amigos, estimulam a autoconfiança e o gosto pela ruptura de barreiras.

-Relacionamento com grupos diversos, como participação em atividades voluntárias, ambientais, visitas a organizações culturais, educativas, de voluntariado, engajamento em campanhas sociais promovem a abertura para enxergar e lidar com o diferente.

“Hábitos como assistir filmes, documentários, cultivar trabalhos manuais, causas sociais visitas a lugares novos na cidade, museus ou exposições, são apenas algumas atividades que demonstram um comportamento inquieto para conhecer e relacionar com o novo e o outro e ainda que as pessoas não percebam isso acaba por influir positivamente não apenas em sua vida pessoal como na profissional e é este um bom caminho para o autodesenvolvimento horizontal e o tipo de talento que as empresas buscam”, analisa Dimas Facioli.

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