O que Acontece

Bom desempenho do setor de serviços alerta para competências específicas para carreiras profissionais

O setor de serviços – que representa 63% do PIB e 68% do emprego no Brasil – foi o responsável por impulsionar a economia em 2021. Segundo Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, os serviços avançam 1,7% em junho e atingem maior nível em cinco anos.

Segundo a pesquisa, o volume de serviços cresceu 1,7% de maio para junho deste ano, com ganho acumulado de 4,4% de crescimento nos últimos três meses. Os números apontam que o setor registra o maior patamar desde maio de 2016 e está 2,4% acima de fevereiro de 2020. Além disso, comparando com o mês de junho de 2020, o setor de serviços cresceu 21,1%.

O estudo mostra que a alta contou com o desempenho de serviços de informação e comunicação (2,5%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,7%) e serviços prestados às famílias (8,1%). Com participação menor também cresceram os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) e os outros serviços (2,3%).

As carreiras nas áreas de prestação de serviços, segundo o consultor de RH, Dimas Facioli, da Facioli Consultoria, pedem características bastante específicas para os profissionais. As skills que ganharam espaço em 2020 são as que mostram o profissional muito mais autônomo na solução de problemas, tomada de decisão, senso de justiça, resiliência, criatividade; ou seja, comportamentos que máquinas não fazem e que dependem de autodesenvolvimento e autolapidação permanentes.

Em 2016, Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, escreveu que “a Quarta Revolução Industrial, finalmente, mudará não apenas o que fazemos, mas também quem somos”. O Fórum Econômico Mundial já apontava que a força de trabalho mudaria e seria necessário alinhar seu conjunto de habilidades para o futuro que já estava desenhado.

Em 2015, o Fórum apontava 10 competências em alta à época. Por ordem: solução de problemas complexos, atuação em equipe, gestão de pessoas, pensamento crítico, negociação, controle de qualidade, capacidade de satisfazer clientes, capacidade de julgamento e decisão, escuta ativa e criatividade. Os executivos apontaram mudanças importantes para o cenário que previam para 2020 sugerindo, pela ordem: solução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gestão de pessoas, atuação em equipe, inteligência emocional, capacidade de julgamento e decisão, capacidade de satisfazer clientes, negociação e flexibilidade cognitiva.

“Quando a gente fala de resiliência, por exemplo, é a capacidade de se adaptar a situações e clientes/interlocutores cada vez menos padronizados. Os comportamentos do cliente mudam radicalmente”, explica Dimas Facioli. Segundo ele, outra característica muito importante é a capacidade de escuta e de empatia; ou seja, de colocar-se na situação do interlocutor para poder solucionar a contento os problemas do cliente/interlocutor

A título de exemplo, a atividade turística, que depende de atendimento e relacionamento, vem crescendo, depois de tanto tempo reprimida. A pesquisa do IBGE diz que as atividades turísticas avançaram 11,9% em junho deste ano, comparando com o mês anterior – maio – e já é a segunda taxa positiva seguida. Ainda assim, este segmento tem de avançar mais 29,5% para atingir o nível de antes da pandemia – fevereiro do ano passado. Doze estados analisados nesta pesquisa apresentaram taxas positivas. Os destaques vão para São Paulo (5,3%), Rio de Janeiro (12,4%) e Minas Gerais (19,7%). “Trata-se de um exemplo em que mesmo os atendimentos eletrônicos; ou seja, os robôs, só atuam na classificação do cliente. A resolução acontece com o atendimento de um ser humano, daí a importância de se pensar em desenvolver as competências especificas para essa que podemos chamar de Nova Era da economia mundial e dos relacionamentos em negócios e mesmo pessoais. E competências podem e devem ser desenvolvidas”, finaliza Facioli.

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