Cai ocupação de leitos Covid e aumenta cirurgias eletivas. Afastamento de colaboradores por problemas de saúde continua sendo o maior entrave para 46% dos hospitais
Pesquisa de número 17 realizada pelo SindHosp-Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, com 66 hospitais privados respondentes, demonstra que a pressão por internação diminuiu consideravelmente: 94% dos hospitais informam que não houve aumento de internações de pacientes com Covid-19 nos últimos 10 dias.
O levantamento ouviu 66 hospitais, sendo 27% da capital e 73% do interior, que somam 2.795 leitos de UTI e 5.512 leitos clínicos dedicados ao atendimento Covid.
Ocupação de leitos de UTI
Também o número de hospitais com taxa de ocupação de UTI para Covid-19 acima de 80% despencou. Na pesquisa de número 15 (28/6 a 02/07) eram 62% dos hospitais que relatavam ocupação acima de 80% dos leitos de UTI para pacientes Covid-19. Na pesquisa 16 (12 a 19 de julho), o percentual de hospitais com taxa de ocupação de UTI Covid acima de 80% caiu para 6%. No levantamento atual, apenas 2% relatam ocupação superior a 80%. Hoje 42% dos hospitais possuem ocupação de UTI entre 51% e 70% e 33% registram ocupação entre 71% e 80%.
Em números absolutos, 26 hospitais responderam que do total de 418 leitos disponíveis de UTI 249 encontram-se ocupados, correspondendo a 60% de leitos ocupados por infectados Covid-19.
Ocupação de leitos clínicos
A ocupação de leitos clínicos acima de 80% caiu drasticamente. Apenas 2% dos hospitais relatam ocupação de leitos clínicos acima de 80% enquanto na pesquisa anterior (12 a 19 de julho) 6% informavam ocupação acima de 80%. Hoje 38% dos hospitais relatam ocupação de leitos clínicos entre 51% e 70% e 27% registram ocupação entre 71 % e 80%, sendo que na última pesquisa eram 61% que tinham ocupação entre 71% e 80%.
Segundo o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, a pressão por atendimento Covid vem diminuindo nas últimas semanas nos hospitais privados e, simultaneamente, também vem aumentando o índice de cirurgias eletivas. “Hoje 29% dos hospitais relatam aumento de 20% das cirurgias eletivas e 18% deles apontam aumento de 30% das cirurgias eletivas. Esses dados indicam que está havendo um movimento de retomada dos atendimentos não-Covid nos hospitais, mas não há filas de espera na maioria dos serviços”, informa. No entanto, apesar do avanço da vacinação, o médico recomenda a manutenção dos protocolos de segurança à saúde:
máscara, lavagem de mãos e distanciamento social.
Yussif Ali Mere Jr., presidente da FEHOESP-Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo e do SindHosp, sindicato de Ribeirão Preto e Região, preocupa agora o relaxamento das medidas de proteção pessoais. “Além das pessoas que desconsideravam a necessidade de isolamento social, uso de máscaras e cuidados de higiene com mãos, dentre outras medidas de proteção, soma-se agora um contingente de pessoas desavisadas que relaxaram com os cuidados por causa da vacinação e diminuição das medidas de isolamento social. Para solucionar isso, a sociedade civil segue investindo recursos humanos e financeiros e desenvolvendo ações educativas, mas falta uma ampla campanha educativa por parte do governo federal”, comenta.
Fila para atendimento de pacientes não Covid
67% dos hospitais informam não ter fila para atendimento de pacientes não-Covid.
Problemas no enfrentamento à Covid
O afastamento de colaboradores por problemas de saúde continua sendo o maior entrave ao atendimento de paciente Covid para 46% dos hospitais enquanto na pesquisa anterior eram 59% dos hospitais que tinham essa queixa. Soma-se nesta pesquisa que 32% dos estabelecimentos de saúde apontam a falta de outros profissionais de saúde e 21% registram a falta de médicos como problemas no enfrentamento à pandemia.
Estoque de medicamentos
Estoque de O2
Faixa etária dos pacientes
Tempo médio de internação
***O SindHosp é o maior e mais antigo sindicato de saúde da América Latina com 55 mil serviços de saúde e fundado em 1.938.