O engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri, diretor de agronomia da AEAARP, considera que algumas das respostas às questões ambientais globais estão na engenharia, na arquitetura e na agronomia
O aumento da população mundial de 2 para 7 bilhões de pessoas em sete décadas fez disparar números que acusam grande impacto do ser humano no Planeta. “Nós temos de saber onde está a solução para essas questões”, fala o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.
Esse é o mote do encontro que a Associação promoverá na próxima quinta-feira com o título ESG: desafios ambientais globais, soluções de governança locais, com Laura Valente de Macedo, que é pesquisadora associada em governança e infraestrutura urbana, no programa de administração pública e governo da FGV.
O evento é parte de uma série de encontros promovidos pela diretoria de agronomia da AEAARP, sob a coordenação do engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri. O título dos encontros, Quinta do Amendoim, sugere que as conversas com os convidados devem extrapolar o rito de uma palestra convencional.
“A ideia é reunirmos especialistas, locais e de outras instituições, para oxigenarmos conceitos e trabalharmos juntos por essas soluções. Reclamar é simples, difícil é se dispor a colaborar. E o que estamos propondo é nos juntarmos para trilhar esse caminho mais trabalhoso”, observa Leonardo.
Os encontros da Quinta do Amendoim são gratuitos e acontecerão todas as terceiras quintas-feiras de cada mês até novembro.
Números
O cenário que será debatido no encontro é o de que o aumento populacional das últimas décadas foi combinado com a migração em massa do campo para a cidade e o aquecimento do consumo – “em 2020, consumimos os recursos do nosso Planeta em pelo menos 75% acima do disponível ou o equivalente a viver de 1,75 Terras, de acordo com a Global Footprint Network. Estamos no cheque especial da natureza”, pontua Laura.
Esse cenário provocou concentrações de gases que causam o efeito estufa em índices recordes, emissão de gases em atividades agrícola e pecuária e principalmente na produção de energia.
“A produção e a distribuição de alimentos, a proteção da biodiversidade e a redução de emissões carbônicas são questões que devem ser enfrentadas pelo conjunto da sociedade. Muitas respostas estão nas engenharias, que têm a capacidade de formular soluções que mitiguem o impacto já causado e que não resultem em novas e dolorosas consequências”, explica Laura.
Em sua visão, grandes medidas – como leis, decretos e acordos internacionais – são implementadas no nível local. “É nas cidades que começamos as verdadeiras mudanças”, fala.