Dermatologista doa material para produção de máscaras, reúne amigos para o trabalho e cria vakinha virtual
Marco Andrey Cipriani Frade está acostumado a lidar com populações em situação de vulnerabilidade social. Professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, dermatologista, hansenologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, o médico dedica sua carreira, entre outras coisas, a estudar e cuidar de pacientes de hanseníase (doença antigamente chamada de lepra e que coloca o Brasil em segundo lugar no ranking mundial da doença). Na última semana, decidiu reunir amigos e começar a fazer máscaras para populações da periferia de Ribeirão Preto. Convidou a amiga Eliana Tonetto, do Movimento de Reintegração das Pessoas Afetadas pela Hanseníase, e juntos reuniram seis costureiras voluntárias para iniciarem o trabalho.
O médico fez a primeira compra de linha, tecido, TNT e elástico suficientes para confecção de 2.000 máscaras. Duas amigas já souberam da iniciativa e, neste fim de semana, doraram mais R$ 450,00. Outra emprestou uma máquina de cortar tecido que vai agilizar o serviço.
“A situação é urgente devido à falta de máscaras no mercado, pela baixa renda dessa população e por não sabermos como a doença se comportará nessas comunidades em que as pessoas já vivem em aglomerados. Nossa iniciativa é para ajudar essa população e não deixarmos o vírus circular. É uma tentativa de prevenir o colapso dos sistemas público e privado de saúde nos próximos dias”, explica Frade.
A expectativa é conseguir recursos para confeccionar mais máscaras e, para isso, o médico criou uma vakinha virtual para receber doações. “Qualquer quantia ajuda. Cada máscara está nos custando R$ 1,60. Por isso acreditamos que muitas pessoas que querem ajudar vão aderir e assim vamos proteger nossa população”, explica. As doações pdoems ser feitas pela internet no endereço http://vaka.me/980749. O objetivo é conseguir R$ 5.000,00 nos próximos dias.