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Diretoria da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) visita a cidade do Rio de Janeiro entre 11 e 14 de março

SBH participa de uma série de compromissos voltados à discussão da problemática da hanseníase no Brasil.O país ocupa o 2° lugar com mais casos da doença, ficando atrás somente da Índia.

No dia 12, das 9h às 10h30, o presidente da SBH, Claudio Salgado, participa da abertura do “I Encontro Latino-americano e caribenho de entidades de pessoas atingidas pela hanseníase”, junto com representantes de várias instituições como Socorro Grós (Organização Mundial de Saúde/Organização Pan Americana da Saúde), Nisia Trindade Lima (presidente Fiocruz), Takahiro Namri (Fundação Nippon, organização com sede no Japão e atuação em vários países e áreas, incluindo a hanseníase), Edmar José Alves dos Santos (secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro), Artur Custódio (Morhan-Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase), relatora especial Alice Cruz (representante das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra as Pessoas Atingidas pela Hanseníase e seus Familiares), além de representantes do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde e Felehansen (Federação de Entidades de Pessoas Afetadas pela Hanseníase, organização colombiana).

Nos dias 13 e 14, a SBH reúne-se com representantes da saúde do estado e município do Rio de Janeiro que atuam nos programas de combate à hanseníase. No dia 13, às 12h30, o presidente da SBH e autoridades de saúde almoçam no complexo da Rocinha para um encontro com representantes da comunidade – além do presidente da SBH, estarão representantes do estado, município e agentes sociais locais para organizarem ações conjuntas de conscientização e combate à doença.

Segundo Claudio Salgado, entre os anos de 2007 e 2017, foram notificados 19.914 casos novos de hanseníase no estado. Desses, 1.054 (5,3%) ocorreram com menores de 15 anos e 6.692 (33,6%) já tinham algum grau de incapacidade física. No universo de 18.413 pacientes avaliados, 2.085 (11,3%) apresentavam grau 2 de incapacidade física; ou seja, pessoas com incapacidades ou deformidades avançadas por causa do diagnóstico tardio da doença.

“Na realidade, o cenário no Rio de Janeiro não difere das características do problema em todo o país”, alerta Salgado. Segundo ele, no Brasil, a hanseníase ainda é diagnosticada tardiamente, quando o paciente já apresenta sequelas irreversíveis e é cada vez mais alto o número de pacientes com menos de 15 anos, o que mostra que os jovens tiveram contato com a doença muito cedo, em casa. A SBH alerta que é preciso intensificar a avaliação dos comunicantes/pessoas próximas, mas menos de 50% dos comunicantes são avaliados no país.

Hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito em todo o país. Mas a doença é de diagnóstico difícil e exames de laboratório conseguem identificar cerca de 50% dos casos apenas. A SBH tem promovido ações de capacitação gratuitas para profissionais de saúde no país e campanhas de busca ativa de casos em localidades já identificadas com alta endemicidade para a hanseníase. Mas a SBH alerta que é alto o número de casos ainda não diagnosticados em todo o Brasil.

I Encontro Latino-americano e caribenho de entidades de pessoas atingidas pela hanseníase

O evento é uma iniciativa do Morhan do Brasil, e da Felehansen, da Colômbia, com o apoio da Fiocruz, Ministério da Saúde e Fundação Nippon, do Japão, e além das instituições citadas, receberá dezenas de ativistas representantes de entidades da América Latina – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Paraguai e Peru – e integrantes de instituições dos EUA, Alemanha e Japão, que participam como observadores.

Esta é a primeira vez que as entidades da América Latina e Caribe se reúnem para discutir sobre o tema. O encontro será um importante fórum de deliberação de questões para o Congresso Mundial de Hanseníase/Encontro Mundial de Pessoas afetadas pela Hanseníase, que se realiza em setembro, nas Filipinas.

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