Texto Comunicação

Brasil ganhará novos hansenologistas

40 médicos foram credenciados a fazer as provas para obtenção do Certificado de Área de Atuação em Hansenologia – exame será feito pela Sociedade Brasileira de Hansenologia em Vitória/ES

A SBH-Sociedade Brasileira de Hansenologia acaba de divulgar de inscritos para o Exame de Suficiência para obtenção do Certificado de Área de Atuação em Hansenologia: 40 médicos estão aptos para as provas. O Exame acontecerá dia 7/12, simultaneamente ao 16º Congresso Brasileiro de Hansenologia, que ocorre até dia 10, em Vitória/ES.

Isso significa que, ainda neste ano, o Brasil ganhará novos médicos especializados para enfrentar um problema que já dura décadas: o país é o segundo no ranking mundial da hanseníase; o primeiro é a Índia.

O último exame foi realizado em 2018 e 14 médicos conquistaram o título. A prova é realizada pela SBH de acordo com resolução da AMB-Associação Médica Brasileira e CFM-Conselho Federal de Medicina.

“O Brasil precisa de hansenologistas para enfrentar uma endemia oculta de hanseníase que se arrasta há muitos anos. O percentual de pessoas diagnosticadas após longos anos é alto e existem milhares de casos sem diagnóstico em todos os estados brasileiros. Enquanto isso, pacientes seguem transmitindo a doença a seus comunicantes. A hanseníase só pode ser controlada se quebrarmos essa cadeia de transmissão ampliando o número de diagnósticos”, explica o médico dermatologista e hansenólogo Claudio Salgado, presidente da SBH e do 16º Congresso Brasileiro de Hansenologia.

A hanseníase foi considerada sob controle no Brasil no início do século, por isso, as universidades deixaram de ensinar e os médicos receiam confirmar o diagnóstico. Pacientes passam por vários serviços de saúde durante a vida e com muitos diagnósticos diferentes até que depois de cinco, dez ou mais anos a doença fica visível pelas sequelas e, então, com maior chance de diagnóstico. A doença tem cura, ao iniciar o tratamento a pessoa deixa de transmitir o bacilo, mas o diagnóstico tardio pode não reverter sequelas e muitas pessoas convivem com incapacidades pelo resto da vida.

“A hanseníase tem tratamento gratuito e não faltam medicamentos no país, o diagnóstico precoce previne e pode evitar sequelas, daí que é inadmissível um quadro tão grave de adultos afastados de suas atividades profissionais em plena idade produtiva e crianças afastadas da escola”, comenta o presidente da SBH.

Prova
A prova de título em Hansenologia é dirigida a médicos das áreas de neurologia, infectologia, clínica médica, dermatologia, medicina de família e comunidade e medicina preventiva e social.

Segundo o presidente da Comissão Organizadora do Exame de Suficiência para a obtenção do Certificado de Área de Atuação em Hansenologia-2022, dermatologista Marcos Cesar Florian, “por ser uma doença crônica, que se confunde com muitas outras, caracterizada por diagnóstico tardio quando os pacientes apresentam alterações neurológicas muitas vezes severas, a prova objetiva avaliar os candidatos capazes de evitar a falta de diagnóstico ou o diagnóstico tardio, manejar corretamente o paciente e prevenir o surgimento de novos casos, dentre outras obrigações do hansenólogo”.

O exame será dividido em duas partes: pela manhã, os candidatos têm um teste com 70 questões teóricas e, à tarde, outras 30 questões teórico-práticas.

O 16º Congresso Brasileiro de Hansenologia tem apoio do Ministério da Saúde, CNPQ-Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e OPAS-Organização Pan-Americana da Saúde.

AGENDA:
16º Congresso Brasileiro de Hansenologia
Data: 7 a 10/12
Local: Sheraton Vitória Hotel – Vitória/ES
Informações: www.sbhansenologia.com.br



Sair da versão mobile